Clubbing

ou talvez não.

Em Lisboa, voltei ao Clube de [não dos...] Jornalistas, ali na Rua das Trinas, poucos metros à direita de quem vem da Rua da Lapa.

Mais exactamente, ao restaurante, que de certo mode se confunde com o clube, dado tratar-se de um apartamento que não foi [felizmente] convertido 'arquitectonicamente' em mega-sala de refeições.

Tiveram menos trabalho e mais sucesso, mantendo o espaço como é: cada sala é uma sala, e as refeições têm lugar em duas delas. Uma com apenas uma mesa para oito pessoas, com as paredes cobertas de azulejos e vista para o jardim [onde também se come, no Verão] e espelhos redondos que lembram tabuleiros. Uma sala onde se pode estar em sossego. A outra, a sala propriamente dita, com mesas como em qualquer outro restaurante, sugerindo eu as junto à janela [a não ser que chova, o que era o caso].

A lareira foi convertida num curioso sofá.

Basta de decoração. Falemos de comida. Não estávamos loucamente famintos e acabámos por pedir apenas sopas e entradas.

Como sempre naquele 'Clube', pedi a sopa de Lavagante, que desta vez me pareceu demasiado botânica... gosto de vegetais, mas desta vez suspeito que exageraram na dose. Mas foi excepcional e a sopa é, em regra... excepcional, pelo que vale a pena.

O Gazpacho não parecia mau e dividiu-se um Carpaccio de Lombo acompanhado pela inevitável e qualquer dia enjoativa rúcula [ou rucola, como queiram].

Bebeu-se água com e sem gás, que foi uma refeição inocente, e terminou-se com um expresso [ela] e com chá verde [eu].

Pontos +

. reserva rápida por e.mail
. sossego
. sala
. sopa
. serviço
. música
. companhia [a responsabilidade não é do restaurante]...

Pontos -

. excesso de vegetais na sopa
. chá verde [é certo que é difícil arranjá-lo bom, mas se não se arranja não se vende]
. utilização de detergente com aroma intenso numa sala onde se come
. mau tempo [a responsabilidade não é do restaurante... mas as infiltrações sim]
. estacionamento [fomos a pé, mas reconhecemos o problema na zona]

Concluída a refeição, a chuva não parava. Ficámos horas na conversa, por insistência de um dos empregados, que nos 'sentou' numa sala de estar. Acabámos por passar o tempo de sala em sala. O ponto forte deste restaurante é a carta arejada e mediterrânica, a sala idem, as salas de estar, o serviço simpático e atento, cada vez mais raro, seja qual for o valor da conta e as presenças ou ausências de estrelas Michelin.


Clube de Jornalistas, Restaurante
Rua das Trinas, 129
213 977 138
cjrestaurante@netcabo.pt