LORENZETTI nasceu em 2oo4 em http://lorenzetti.blogspot.com Lorenzetti está fora de Portugal e daí a fraca actualização do LorenzettiCome, que cobre apenas Portugal.

Lorenzetti

↑ Grab this Headline Animator

Wednesday, June 20, 2007

Noir, esse bar


Abriu o Noir, um bar em Florença, que também serve brunch, sushi e aperitivos diversos, respondendo ainda a pedidos take-away.

É certo que o Noir deriva do antigo Capocaccia, já um conhecido bar [dos poucos bares] da cidade.

Mas numa das poucas cidades do mundo onde a arquitectura se manteve após 500 anos e onde a vida cultural é avassaladora, o Noir é benvindo, para completar [neste caso renovar] uma parte que falta a Florença, essa cidade quase perfeita: a noite. Uma 'boa noite', evidentemente...

É certo que as festas domésticas não deixam de ser a melhor fatia do bolo, mas é sempre interessante ter mais umas fatias.

Fica o programa fixo semanal:

Domenica
brunch, uno dei migliori in città - afterbeach, aperitivo con buffet, dj sunset in terrazza by Emijay - dalle 22.00 dj set house by Manie di Protagonismo

Lunedì
Aperitivo con buffet e dj set hip hop, dalle 22.30 Cosmopolitan, V.i.p. Night

Martedì
Aperitivo, buffet etnico e sushi

Mercoledì
Aperitivo buffet e dj set funky by Pise - dalle 22.30 dj set funky/deep by Simone Fabbroni

Giovedì
Aperitivo con buffet toscano e dj set lounge by Landa - dalle 22.30 dj set house/elektro by No End

Venerdì
Aperitivo buffet toscano

Sabato
Aperitivo con buffet toscano e dj set

Labels: , ,

Tuesday, June 19, 2007

Clube de Jornalistas


Tenho uma relação muito especial com o Clube de Jornalistas. É certo que não sou jornalista, e que critico – com muita frequência até – os jornalistas. Não porque os despreze. Muito pelo contrário: porque reconheço a sua importância na sociedade e por essa razão a sua responsabilidade. Aborrecem-me pois os erros no uso da língua portuguesa ou a tendência para opinar em vez de reportar. O Clube de Jornalistas é deliciosamente aberto ao público. Aos não jornalistas, como eu. E abre não só um fantástico restaurante, como toda uma casa cujas salas inspiram paz de alma e criatividade mental. E até algum romance (comecei lá aquilo a que hoje chamo namoro), entre o pequeno pátio das traseiras e os confortáveis sofás das salas do interior. Ou a reunião na sala dos azulejos. Cheguei até a ver notícias na sala do fundo, que além de bilhar tem TV. Tudo isto com conforto sem luxo, onde o luxo é poder estar só ou em pequena e boa companhia, sem pressas. A comida é genial. Sem grandes pretensões, apesar de não ser barato, o menu junta delícias sem nomes demasiado pomposos como hoje é comum, num novo riquismo que afecta (infecta?) os restaurantes portugueses, recheados de emergentes. No Clube de Jornalistas, recomendo os carpaccios (de atum dos Açores com vinaigrette de ananás e queijo da ilha, ou o carpaccio do lombo, a 10 euros), ou o chévre chaud com mel e maçã (7 euros). Para quem preferir (ou quiser adicionar) sopa, o gazpacho é bom (e não será ousado pedir para juntar mais pão tostado / crôutons), a 4 euros, embora a maravilha seja mesmo a sopa de lavagante (5 euros) à qual nunca resisto. Fora da carta (vi esta semana) estava o creme de ostras, suponho que novidade deste verão. Como peixes, porque não o salmão em crosta de sésamo (€11.50) ou o razoável risotto do mar com champagne (a 17 euros). De carne, além dos clássicos bife (€17.50) e da substancial posta mirandesa (€16), os supremos de frango recheados de farinheira (€12, mas para isso há que ir ao Mezzaluna, que os tem como especialidade) e o meu eleito, o borrego ao alecrim com ratatouille e couscous (€13), que é um dos meus pratos favoritos em casa, e que não dispenso no Clube de Jornalistas. A sobremesa é para mim, cada vez mais, um bom charuto, mas como cada vez é mais difícil fumar em restaurantes (embora no Clube não o seja, bastando fugir para uma das salas de estar), recomendo o ananás em ravioli com recheio de manga e sorvete de tangerina (5 euros) ou para quem nucna vai a Cascais ou ao Estoril, os gelados do Santinni, no Verão. Bendito seja este ‘Clube’ tão aberto, que junta uma bela e acolhedora casa a um serviço simpático e a uma cozinha excelente. E que portanto se recomenda e muito.


Clube dos Jornalistas
Rua das Trinas 129, Lisboa
21 397 71 38

Labels: , , ,

Thursday, June 14, 2007

Saturday, June 02, 2007

Gourmet?

Há coisas verdadeiramente incompreensíveis e aberrantes, mesmo se explicadas.

Tenho dito por várias vezes que Portugal tem óptimos conteúdos, mas péssimas embalagens.

Seja em edifícios, em comida ou na literatura.

No caso da comida, recordei isso mais uma vez esta semana, quando me chegou um programa de um grupo hoteleiro que incluía, num espaço de dias, aquilo a que chamavam 'jantar gourmet' alternado com 'jantar de cozinha regional'.

Isto deixar-me-ia boquiaberto [e não propriamente pelo apetite] se não fosse já banal.

É evidente que se percebe o que quiseram dizer: de um lado cozinha'moderna e sofisticada', provavelmnete de 'fusão', com grandes pratos e doses minúsculas com muita coisa bem processada e embalada [em fábrica], colorida e conservada.

A regional deve vir a encher o prato, bem natural e forte.

E claro, o preço aumenta em flecha e a qualidade nem por isso. Porque com tanta embalagem, nem é preciso conteúdo que, a existir, ficaria completamente ofuscado.

Não há paciência para estas etiquetagens. Que apenas sobrevivem porque a clientela é uma ignorância generalizada novo-rica ou nem isso, que se deixa ir na cantiga.

Será pelo simples facto de sempre terem comido 'mal'?

Suspeito que seja mesmo isso. Sem saberem o que é bom ou mau, a 'cambada' aceita e agradece a classificação 'gourmet'.

Se vem em doses pequenas e caras, deve ser bom. E come-se, sem qualquer apreciação que não seja a de elogiar Até porque costou um dinheirão e o ego não pode ficar mal.

Quando as pessoas souberem discernir o que comem não pela embalagem, mas pelo conteúdo, talvez consigam saborear o que comem. A língua, o estômago e o cérebro vão agradecer. E a carteira e a autoestima também.

Entretanto é ir enganando os patos.